Igrejas

300 milhões de cristãos foram perseguidos no mundo em 2020

300 milhões de cristãos foram perseguidos no mundo em 2020

Dados publicados pela ONG Portas Abertas, na França, apontaram que em 2020 cerca de 340 milhões foram perseguidos.

Os números são resultados de pesquisas realizadas em 50 países há 26 anos.

“Mesmo que a classificação do Índice se limite a 50 países, percebe-se que, no total, 74 países apresentaram níveis extremos de perseguição, muito fortes ou severos. Pelo menos 340 milhões de cristãos são afetados, ou um em cada oito cristãos em todo o mundo”, afirma a ONG.

De acordo com a pesquisa, no últimos 8 anos a perseguição contra os cristãos aumentou constantemente sem qualquer baixa nos números.

“Entre o Índice 2017 e o Índice 2021 sozinho, a perseguição aumentou 8,11%”, explicou a Portas Abertas.

O diretor da organização, Patrick Victor, afirmou que apesar de altos, os números estão “abaixo da realidade”, pois a ONG ainda não consegue realizar pesquisas em todo campo mundial.

Países como a Venezuela ou Cuba ainda não se encontram no painel de monitoramento.

No site oficial da Portas Abertas, os pesquisadores explicam os principais meios usados para que os cristãos sofram perseguições.

“Em mais de dez países asiáticos, os cristãos, já discriminados em tempos normais, viram recusada a ajuda alimentar distribuída pelas autoridades do seu país em 2020.”

Um dos meio que também influenciaram o aumento da perseguição foi motivado pelas medidas adotadas pelos governos durante a pandemia do novo coronavírus.

O aumento da pobreza ligada à crise de Covid-19 é um fator agravante do tráfico de seres humanos, em particular mulheres cristãs, que são particularmente visadas por traficantes”, afirmou a Portas Abertas.

“No ano passado, o Portas Abertas alertou sobre o impacto da cultura de vigilância sobre a liberdade religiosa na China. Essa vigilância intrusiva se intensificou durante a luta contra a Covid-19. Este ano, a China voltou aos 20 primeiros países do Índice pela primeira vez em dez anos”, explicou.

De acordo com os pesquisadores da instituição, a perseguição aos cristãos não se fecha somente nas violações da liberdade religiosa, mas assume diversas formas de violações dos direitos fundamentais, como “discriminação na educação ou no emprego, homicídios, tortura, detenções arbitrárias ou casamentos forçados (…) Estes abusos dos direitos humanos foram reforçados desde a crise. De Covid-19.”

Na America Latina os dados ainda apontam que o crescimento do crime organizado, alimentado pelas restrições durante a crise sanitária, fez que os cristãos fossem mais perseguidos através do controle de milícias.

O maior número de cristãos mortos foram registrados pelo sexto ano consecutivo na Nigéria, com cerca de 3.530 assassinatos, ficando à frente da República Democrática do Congo, 460, e do Paquistão, com 307 mortos.

A Portas Abertas observou que durante a pandemia, o número de igrejas atacadas diminuiu, provavelmente motivada pelas restrições, o que se somou 4.488 ataques em 2020.

No entanto, a China, governada pelo Partido Comunista, liderou a lista de ataques a igrejas, chegando ao número de 3.088.

“Na China, assim como na Índia, a perseguição aos cristãos é sistemática e até sistêmica”, afirmou Victor.

No ranking de perseguição geral, a Coreia do Norte se encontra em primeiro lugar.

O país governado por um regime ditatorial comunista, a fé em Deus é considerada crime contra o governo, aumentando a perseguição aos cristãos.